sábado, 18 de junho de 2016

Numismática (I) Faro (I)

Numismas da Horta da Misericórdia (Faro): Catálogo Geral

Partilho aqui um trabalho que é fruto de um percurso longo e laborioso.

http://hdl.handle.net/10400.1/8416

Para todos os que se possam interessar por estas temáticas relacionadas com a Numismática em geral.
Deixo as palavras elogiosas que o Professor Doutor Luís Filipe Oliveira escreveu no Prefácio da obra em si, e que muito me honram e motivam na busca contínua da auto-superação diária e crescimento Humano e, enquanto investigador.
Que os trabalhos futuros que se avizinham tenham igual desfecho.

Prefácio

Não é frequente que um jovem investigador se disponha a percorrer duas vezes o mesmo caminho. A retoma de um trabalho anterior é tarefa entregue, quase sempre, a investigadores mais experientes. Só eles têm o saber, e, sobretudo, o distanciamento e a paciência necessárias para revisitar antigos textos e para os reformularem com base em novos contributos e em novas reflexões, ou a partir de um olhar e de uma perspectiva diversa, em proveito de todos. Só eles sentem, também, por vezes, o apelo da vida para recomporem a sua produção científica e lhe garantirem melhor futuro. Habitualmente, são outras as motivações dos investigadores em início de carreira, mais atentos às novas metodologias e às novidades de pensamento e de linguagem, ou à exploração de outros campos de pesquisa e de saber. A isso os convida, muitas vezes, a procura de um lugar e de uma voz própria, em confronto com a geração que os precedeu, por muito que esta lhes tenha aberto e preparado o caminho.
Mas não há panorama sem excepções, como sempre. Uma delas é o trabalho de Marco Valente que aqui se apresenta e no qual ele retomou, completou e reformulou, o estudo que serviu de base à sua dissertação de mestrado, apresentada e defendida em 2012 na Universidade do Algarve. Na ocasião, havia identificado uma colecção de 319 moedas, datadas entre os fins do século XII e os finais do século XV, todas saídas das escavações da Professora Teresa Júdice Gamito na Horta da Misericórdia, dentro da vila velha de Faro. Juntou-lhes agora quase outras tantas (281), igualmente provenientes do mesmo sítio arqueológico, além de um segundo volume de catálogo, com a fotografia, a identificação e a descrição detalhada de todos os numismas. Quanto mais não fosse, já era trabalho útil, mas também necessário, pois o desaparecimento da Professora Teresa Gamito não permitia recuperar os contextos arqueológicos das peças. Por tudo isso, a consulta e a leitura dos dois volumes de catálogo será certamente imprescindível para quantos se interessam pela história da cidade e pela ocupação da vila velha.
O Marco Valente quis ir, porém, ainda mais longe. Por certo insatisfeito com o texto que apresentara em 2012, decidiu em boa hora reformulá-lo, ampliando reflexões e corrigindo erros, ou melhorando algumas das identificações propostas. Entre estas, há que destacar a revisão do numisma então atribuído a Sancho I e que foi ora associado a Sancho II, um dos monarcas melhor representados nesta colecção. Também melhorou partes significativas das suas análises, quer em questões mais técnicas, quer no universo da interpretação histórica. Muitas das suas observações são merecedoras da melhor atenção dos investigadores, para as discutirem e avaliarem. Entre elas, importa citar as que respeitam ao aperfeiçoamento da arte de bater moeda durante a primeira dinastia, ou à provável existência de uma oficina de moeda em Faro, em época de Afonso V. Mas, sobretudo, aquelas outras sobre o elevado número de numismas de Afonso X de Castela presentes nesta colecção, e, em geral, sobre a importância da moeda castelhana que circulava nos mercados de Faro e do Algarve. Tudo isto parece anunciar um investigador experimentado, capaz de trabalhos de maior vulto.
Luís Filipe Oliveira

sábado, 4 de junho de 2016

Poemas soltos (IX)

À rapariga corvo

Perco-me todos os dias a pensar
Na doce candura desse teu sorriso
Num breve esgar vislumbro assim o Paraíso
Nunca me fartando, nunca… de o lembrar

Os beijos que anseio ainda por te dar
São pássaros que voam sem cessar
Às árvores onde repousas qual menina
Em tua pele ardente ao Sol-pôr

Pele escura, da noite campesina
Sombra que pela Luz se torna flor
E tuas pálpebras abrindo de par em par
Possam as estrelas da tua íris revelar

Prostrado, quedo-me assim a teus pés
Teus dedos frágeis, quais ornamentos de Altar
Sou pequena ave que ousa assim se aproximar
Daquela Fonte que hoje meu Mundo tu és.

Adormeço pedindo em meu rezar
De quem não sabe por vezes que falar
Ao certo uma verdade é quanto há
Todos os dias terei, saudades de saber onde está

O Anjo que com toques de violino
Vida voltou a dar a este passarinho
E qual Fénix erguendo-se renascida
Abraça a Luta daquela que lhe deu Vida

Marco Valente, 04-06-2016

Adivinhas (V)

Hoje acessório de distinção, tempos houve em que todos os possuíam, mesmo que meramente electrónicos e mais em conta.

Os Homens me dão Governo,
E aos Homens Governo dou,
Se eles se esquecem de mim,
O meu governo acabou.

Resposta: Relógio