segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Which Patrimonies for the Future Generations? / Que Patrimónios para as Futuras Gerações?


No artigo presente, o autor pretende, através da apresentação de alguns casos (Portugal, Líbia, Índia, Nigéria, Moçambique) ocorridos recentemente, de atentados patrimoniais - centrando-se no caso Português, demonstrar a necessidade de uma Autoridade Reguladora Internacional, que defenda o Património em si, mas também todos os seus Profissionais. Trabalho que se encontra a ser efectuado presentemente pelo Conselho de Directores da ICCIRA e por centenas dos seus Embaixadores Voluntários espalhados pelos quatro cantos do Mundo.

In the present article, the author intends, through the presentation of some cases (Portugal, Libya, India, Nigeria, Mozambique) that occurred recently, of patrimonial destructions - focusing on the Portuguese case, to demonstrate the need for an International Regulatory Authority, which defends the Heritage itself, but also all of its Professionals. Work that is currently being carried out by the ICCIRA Board of Directors and by hundreds of its Volunteer Ambassadors spread across the four corners of the world. 

Disponível online em: https://www.iccira.org/wp/?p=1876

sábado, 17 de outubro de 2020

"A Música Moçambicana a Gostar dela Própria" III / "Mozambican Music Enjoying Itself" III (ANGARIAÇÃO DE FUNDOS PARA O PROJECTO / CROWDFUNDING FOR THE PROJECT)


Damos assim início ao Crowdfunding para o Projecto "A Música Moçambicana a Gostar Dela Própria", por forma a obtermos uma câmera de filmar no valor de 700€  - seguir o link abaixo por forma a poder contribuir.

Tal possibilitará dar a dignidade às pessoas que compartilham assim conosco a sua musicalidade, cortando os efeitos do vento e do eco, obtendo uma melhor sonoridade.

E a riqueza e musicalidade dos Moçambicanos é simplesmente Maravilhosa, como certamente verão neste Projecto.

Grato a todos os que possam contribuir com algum valor, partilhar este recolha de fundos e assim ajudarem também a que o projecto cresça um pouco mais.

Bem hajam


We thus started Crowdfunding for the Project "Mozambican Music Enjoying Itself", in order to obtain a 700 € film camera - following the giving link bellow in order to make a contribution.

This will make it possible to give the dignity to people who share their musicality with us, cutting off the effects of wind and echo, obtaining a better sound.

And the wealth and musicality of Mozambicans is simply Wonderful, as you will certainly see in this Project.

I am grateful to everyone who can contribute with some value, share this collection of funds and thus also help the project to grow a little more.

Many, many Thanks with all my heart

https://marcopvalente.wixsite.com/mmagdp



"A Música Moçambicana a Gostar dela Própria" II / "Mozambican Music Enjoying Itself" II

 A Música Moçambicana a Gostar Dela Própria está agora presente no Facebook, com uma página própria, onde pretendemos ir apresentando o evoluir do Projecto.

Esperamos que gostem.


Mozambican Music Enjoying Itself is now present on Facebook, with its own page, where we intend to present the evolution of the Project.

We hope you might all enjoy.

https://web.facebook.com/MarcoPauloValente




sexta-feira, 4 de setembro de 2020

"A Música Moçambicana a Gostar dela Própria" / "Mozambican Music Enjoying Itself"


 


"Patu da Fátima Assane Amade e Maimuna Jamal Chande, cantam em Português e  Macua, foram gravadas em Pemba, Cabo Delgado, Moçambique e são a primeira gravação deste grande novo projecto com a produção de Marco Valente, que está Mocambique e tem um grupo de pessoas a gravar o mais que puder para nos enviar.

Sejam bem vindos à Música Moçambicana a gostar dela própria."

- Tiago "Velhinha" Pereira


Gravado em Pemba, Cabo Delgado, Moçambique a 9 de Agosto de 2020
Realização e Som: Ana António João Valente
Direcção Artística: Tiago Pereira
Produção: Marco Valente



"Patu da Fátima Assane Amade and Maimuna Jamal Chande, sing in Portuguese and Macua, were recorded in Pemba, Cabo Delgado, Mozambique and are the first recording of this great new project with the production of Marco Valente, who is in Mozambique and has a group of people to record as much as he can to send us.

Welcome to Mozambican Music enjoying itself."

- Tiago "Velhinha" Pereira -


#project #production #music #people #art #film


Link

https://vimeo.com/453795792?fbclid=IwAR3Tpl76rltCRqiHDPPRc4lyOVv05MV2Z6YdT18tSVp69RZmT1eh88tGBQk

terça-feira, 7 de abril de 2020

600 numismas da Horta da Misericórdia (Faro): escavações arqueológicas da professora Teresa Júdice Gamito


Resumo
Este artigo baseia-se na dissertação de mestrado do autor e no catálogo geral dos cerca de 600 numismas, datáveis entre tempos hispano-romanos e o Estado Novo, encontrados nas escavações arqueológicas da responsabilidade da Professora Teresa Júdice Gamito e tidas na Horta da Misericórdia (centro histórico de Faro), entre os anos de 1983 e 2000.
Palavras-chave: Horta da Misericórdia (Faro); perda monetária; ligações comerciais; moeda
fracionada.


Abstract
This article is based on the author’s master’s dissertation and the general catalog of the approximately 600 coins, dating between Hispano-Roman times and the Estado Novo, found in the archaeological excavations of the responsibility of Professor Teresa Júdice Gamito, held in Horta da Misericórdia (historic center of Faro), between 1983 and 2000.
Keywords: Horta da Misericórdia (Faro); monetary loss; business connections; fractional
currency.


Available at: https://www.academia.edu/42330218/600_numismas_da_Horta_da_Miseric%C3%B3rdia_Faro_escava%C3%A7%C3%B5es_arqueol%C3%B3gicas_da_professora_Teresa_J%C3%BAdice_Gamito

domingo, 15 de março de 2020

De Portugal a Moçambique - a Memória dos fornos de cal artesanais de Estaquinha (Búzi, Sofala) - From Portugal to Mozambique - the Memory of the Lyme production kilns from Estaquinha (Búzi, Sofala)

Último Forneiro de Estaquinha - Sr. Maurício Massola
(Last Lyme oven-bird from Estaquinha - Mr. Maurício Massola)
RESUMO
Artigo que pretende preservar a memória dos
fornos de cal artesanais de Estaquinha, povoação situada no
distrito de Búzi, província de Sofala, em Moçambique.
Pertenceram à Companhia Colonial do Búzi, fundada em
1898 pelo português Guilherme de Oliveira Arriaga.
Os autores traçam também um paralelo com os
fornos do mesmo tipo conhecidos em Portugal e os
respectivos processos de produção.
PALAVRAS CHAVE: Século XX; Moçambique;
Cal; Estruturas de combustão.

ABSTRACT
This article aims to preserve the memory of the
artisanal lime kilns of Estaquinha, a village in the
Búzi district, Sofala province, in Mozambique.
The kilns belonged to the Colonial Company of Búzi,
founded in 1898 by the Portuguese Guilherme
de Oliveira Arriaga.
The authors establish a connection between these kilns
and similar ones known in Portugal and their
respective production processes.
KEY WORDS: 20th century; Mozambique;
Lime; Combustion structures.

RÉSUMÉ
Article qui prétend préserver la mémoire des
fours à chaux artisanaux de Estaquinha, hameau situé
dans le district de Búzi, province de Sofala,
au Mozambique. Ils ont appartenu à la Compagnie
Coloniale du Búzi, fondée en 1898 par le portugais
Guilherme de Oliveira Arriaga.
Les auteurs dressent également un parallèle avec
les fours de même type connus au Portugal et
les procédés de production respectifs.
MOTS CLÉS: XXème siècle; Mozambique;
Chaux; Structures de combustion.

Disponível em: Available at: Disponible en:
https://www.academia.edu/41813796/De_Portugal_a_Mo%C3%A7ambique_mem%C3%B3ria_dos_fornos_de_cal_artesanais_de_Estaquinha_B%C3%BAzi_Sofala_

domingo, 19 de janeiro de 2020

From Pias (in Portuguese Lower Alentejo) to India - (Re)building Bridges



Em 1954, através do território do Baixo Alentejo em Portugal, os ventos de rebeldia são sentidos.
Pias é o epicentro de tais atitudes rebeldes, tomadas contra o regime ditatorial fascista de Salazar.
No meio dos confrontos (visíveis ou dedutíveis), quinze jovens vêem seu futuro abalado quando recebem a ordem de que devem partir o mais rápido possível para a distante Índia.
Abandonados à sua própria sorte, jovens agricultores na sua maioria, sapateiros ou mecânicos, eles eram meros peões num jogo que não era o deles.
Estas são algumas das lembranças daqueles homens simples, o que vislumbraram na Índia com os seus próprios olhos, relatos das suas famílias ou as suas fotos.

In 1954, through Portugal's Lower Alentejo territory, the rebellious winds are felt. Pias is the epicenter of such rebellious attitudes, taken against the fascist dictatorial regime of Salazar. In the middle of the confrontations (visible or deductible), fifteen young men see their future shaken when they receive the order that they must depart as soon as possible to faraway India.
Abandoned at their own fate, young farmers mostly, shoe makers or mechanics, they were mere pawns in a game that was not theirs.
These are some of the memories from those simple men, India seen through their own eyes, their families or their pictures.


terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Lendas e Mitos Rurais e Urbanos de Moçambique (um Mundo em extinção?) Rural and Urban Legends and Myths in Mozambique (an endangered world?)


Lendas e Mitos Rurais e Urbanos de Moçambique (um Mundo em extinção?)
Rural and Urban Legends and Myths in Mozambique (an endangered world?)

Apresentamos um pequeno excerto de uma das lendas abordadas no seguinte artigo disponível em linha (we present a small record of one of the legends approached on the following article available online): http://www.cta.ipt.pt/index.php?actual=2&total=13&pagina=unidade_editorial&seccao=o_ideario_patrimonial&lang=PT&idrevista=214#media
Resumo
Este artigo pretende apresentar uma série de recolhas inéditas, efectuadas entre Janeiro de 2018 e Novembro de 2019 – trabalho que se encontra a ser efectuado em contínuo presentemente.
Tenta proporcionar o registo actual de uma série de episódios e figuras lendárias, que ocupam o imaginário dos diversos Povos e Etnias Moçambicanos. Acreditámos que era necessário registar quais os episódios, figuras míticas, locais sagrados, que ainda nos nossos dias se encontram presentes no imaginário comum.
Verificamos que nas áreas rurais, o Animismo está profundamente enraizado, complementando as áreas urbanas, onde o desenvolvimento modificou hábitos, mas manteve uma série de mitos urbanos, igualmente com raízes ancestrais.
O estudo mais apurado de todas estas recolhas urge ser feito, mas, contudo, também era pertinente
esta recolha, pois muitos dos que guardam ainda estas memórias do passado desaparecem, levando para o além-túmulo todas estas figuras e episódios. As novas gerações, fascinadas pelo desenvolvimento tecnológico recente abstraem-se de todos estes mundos tradicionais, figuras e mitos passados, de um modo geral. Estaremos a assistir à morte de deuses e mitos? Ou à sua mera
transfiguração decorrente do passar dos tempos?

Palavras-chave: Mitos, Lendas, Moçambique, Mundo Rural / Mundo Urbano

Abstract
This article aims to present a series of unpublished stories, recollections carried out between January 2018 and November 2019 - work that is currently continuously ongoing.
It seeks to provide the current record of a series of legendary episodes and figures that occupy the
imaginary of the various Mozambican Peoples and Ethnics. We believe it was necessary to record
which episodes, sacred places, mythical figures, were still rooted in the common imaginary today. We found that in rural areas, Animism is deeply rooted, complementing urban areas, where development has changed habits, but has retained a series of urban myths, also with ancestral roots. The most accurate study of all these collections needs to be accomplished, but this collection was also urgent, because many of those who still keep these memories of the past die, taking all these figures and episodes to the grave. New generations, fascinated by recent technological development, abstract from all of these traditional worlds, figures and past myths in general. Are we watching the death of gods and myths? Or its mere transfiguration due to the passing of time?
Keywords: Myths, Legends, Mozambique, Rural World / Urban World


1.7.2. A Raça dos Gigantes Antepassados Ancestrais
(The Race of the Ancestral Fathers, the Giants)

No Norte de Moçambique – à semelhança do sucedido com as gravuras rupestres de Nhanhibui, existirão alguns podomorfos [marcas de pés humanos] gravados em rochas em praias ou mesmo num rochedo no meio do mar, visível apenas durante a maré baixa. Estes são explicadas pelos povos locais, como prova da passagem da raça de Gigantes Ancestrais que se encontram descritos nos textos do Corão. E que estes mesmos locais consideram como seus antepassados directos.

(In northern Mozambique - as with the Nhanhibui rock carvings, there will be some podomorphs [human footprints] engraved on rocks on beaches or even on a rock in the middle of the sea, visible only during low tide. These are explained by the local people as evidence of the passage of the race of Ancestral Giants which are described in the texts of the Koran. And what these same local inhabitants consider as their direct ancestors.)



Figura 9. Gigante Ancestral. Fonte: desenho de Marco Valente
(Ancestral Giant. Source: drawing from Marco Valente)

“Na ilha de Muamize, existem as marcas de pés gravados na rocha, de um homem alto, grande, enorme. Existe um povoado antigo onde já ninguém vive – tem pessoas que lá se dirigem uma vez por ano, apenas Homens.
Alguns vão rezar e outros apenas para visitar. Mostrar que existiam antepassados daquele tamanho.
O pé estará gravado numa rocha junto à praia. O Líder e o Secretário de Senga vão lá no Dia dos Heróis Moçambicanos, efectuar algumas rezas / cerimónias / pedidos (3 de Fevereiro).
Na ilha de Kilamibi, existe a gravura de um pé grande e as cavernas nas rochas, onde as pessoas viviam. Estão trancadas com ferros e ninguém lá pode ir. Diziam que as pessoas eram muito altas, esses antepassados.
Em Mbuizi, a cerca de 37km da Vila de Palma, existe igualmente um pé gravado numa rocha.
Ao lado desta rocha está um arbusto que nunca murcha. As pessoas costumavam por curiosidade ir visitar e fazer pedidos.
Por último, em Palma Sede, existe um rochedo no meio do mar, igualmente com um pé gravado.
Esse pé gravado seria uma marca dos antepassados que seriam altos. Apenas é acessível durante a maré baixa. Existem uns baixos perto desse rochedo, onde estarão depositadas 3 arcas com tesouros. Os chineses terão tentado lá ir, mas nem eles teriam conseguido recuperar esses tesouros.”[16]

“On the island of Muamize, there are footprints engraved in the rock of a tall, large, huge man. There is an old village where no one lives anymore - there are people who go there once a year, only Men.
Some will pray and others just to visit. Showing that there were ancestors of that size.
The foot will be engraved on a rock by the beach. The Leader and Secretary of Senga are going there on Mozambican Heroes Day to perform some prayers / ceremonies / requests (February 3rd).
On Kilamibi Island there is the engraving of a large foot and the caves in the rocks where people lived. They are locked with irons and no one can go there. People were said to be very tall, these ancestors.
In Mbuizi, about 37km from the village of Palma, there is also a foot engraved in a rock.
Beside this rock, there is a shrub that never withers. People used to out of curiosity go visit and place requests.
Finally, in Palma Sede, there is a rock in the middle of the sea, also with an engraved foot.
This engraved foot would be a mark of the tall ancestors. It is only accessible during low tide. There are some lows near this rock where three treasure chests will be deposited. The Chinese would have tried to go there, but neither could they have recovered these treasures.”


[16]Informante: Costa Carlos Gomes, 25 anos, nascido em Mueda, habitante de Senga, Província de Cabo Delgado. Testemunho recolhido a 31 de Julho de 2019. Informant: Costa Carlos Gomes, 25 years old, born in Mueda, living in Senga, Cabo Delgado Province. Testimony collected on July 31st 2019.