Já inocente não sou…
Já inocente não sou
Para muita, imensa, pena minha
Penas de outros por mim não as desejo
Vá de retro Oh ! Beata caridadezinha !!!
Já inocente não sou
Vejo hoje em dia de tudo o quanto baste.
Vejo além dos rostos de amarelados sorrisos mascarados
Totens da hipocrisia de osso e carne feitos
Alguns colegas, amigos, familiares
Que nossa rocha diziam ser muito ufanados
Na realidade revelaram-se bem outros
A mão direita estendida em cordialidade
Com a esquerda apunhalando essa inverdade
Hei-de ir um dia para a terra da amizade
Hei-de ir um dia para o povo dos sorrisos
Hei-de ter um cão para amizade fiel
Hei-de ter abelhas com a doçura do seu mel
A poeira da jornada cobre-me camada sobre camada
Caminhante sempre, assim tenho sido fadado
Das sandálias a lama e o pó limpo no dia-a-dia
Ansiando pelo fim da alegoria
Já inocente não sou nos dias de hoje
Cantor, poeta fui ? Talvez… Não sei.
Quero voltar a sorrir, amar e ser amado
Por alguém que por mim espere e ser esperado.
Ser novamente o Sol da Lua que amo imenso
E no céu estrelado encontrar de novo o certo rumo
Já inocente não sou mas quero bem voltar a ser
E rodeado de sorrisos um belo dia perecer.
Texto: Marco Valente
Foto: Lua