sábado, 8 de fevereiro de 2014

Já inocente não sou…



Já inocente não sou…

Já inocente não sou
Para muita, imensa, pena minha
Penas de outros por mim não as desejo
Vá de retro Oh ! Beata caridadezinha !!!

Já inocente não sou
Vejo hoje em dia de tudo o quanto baste.
Vejo além dos rostos de amarelados sorrisos mascarados
Totens da hipocrisia de osso e carne feitos

Alguns colegas, amigos, familiares
Que nossa rocha diziam ser muito ufanados
Na realidade revelaram-se bem outros
A mão direita estendida em cordialidade
Com a esquerda apunhalando essa inverdade

Hei-de ir um dia para a terra da amizade
Hei-de ir um dia para o povo dos sorrisos
Hei-de ter um cão para amizade fiel
Hei-de ter abelhas com a doçura do seu mel

A poeira da jornada cobre-me camada sobre camada
Caminhante sempre, assim tenho sido fadado
Das sandálias a lama e o pó limpo no dia-a-dia
Ansiando pelo fim da alegoria

Já inocente não sou nos dias de hoje
Cantor, poeta fui ? Talvez… Não sei.
Quero voltar a sorrir, amar e ser amado
Por alguém que por mim espere e ser esperado.

Ser novamente o Sol da Lua que amo imenso
E no céu estrelado encontrar de novo o certo rumo
Já inocente não sou mas quero bem voltar a ser
E rodeado de sorrisos um belo dia perecer.

Texto: Marco Valente
Foto: Lua