sexta-feira, 2 de maio de 2014

Fenómenos Luminosos (I)

De algum tempo a esta parte temos verificado de Norte a Sul do país que diversos tipos de fenómenos luminosos fazem parte do imaginário popular e folclore local.
Alguns já registamos e passamos ao prelo. Outros serão aqui seguidamente transcritos mais em bruto, seguindo-se, quiçá, interpretações mais reflectidas futuramente acerca de um maior número de casos/relatos.

“Os medos ancestrais, quer sejam do escuro, trovoadas, do além-túmulo ou do desconhecido, parecem ser inerentes à condição humana. Algum(uns) conto(s) popular(es), ligado(s) a fenómenos de luzes ou globos de luz, que ainda pervive(m) nos nossos dias parece(m) comprová-lo.
Desde a mais remota antiguidade que estas espécies de prodígios da mãe natureza são assinaladas. Não nos esqueçamos que, por exemplo, em época romana, cometas e estrelas poderiam augurar bons ou maus eventos que sucederiam algum tempo depois do seu registo. (…) Aliás, várias têm sido as tentativas de explicação para certo tipo de fenómenos imbuídos no folclore local, relacionáveis com outros de âmbitos regional, nacional e mesmo transfronteiriço em vários espaços geográficos no nosso planeta (…)”[1].

Em épocas medievais tais avistamentos destes fenómenos eram também relacionáveis com as presenças de figuras divinas ou demoníacas. Não raras vezes associavam-se estes avistamentos à observação de figuras altas, vestidas de branco e luminosas – que nos nossos dias e desde o «boom» do fenómeno o.v.n.i. são associados a manifestações de Et’s e que em épocas mais recuadas do passado histórico eram associadas a manifestações angelicais de enviados/mensageiros de uma qualquer divina entidade extraterrena.
Mas, sem mais considerandos, aqui fica o registo.

Relato de informante que optou pelo anonimato:
Há cerca de 40 anos atrás, na estrada entre Pias e Moura, de noite, algumas pessoas iam de carro de Pias para Moura e viram uma luz de tamanho indeterminado, que se tornava maior à medida que se aproximava do veículo em que seguiam. Quando chegou perto do dito, este, imobilizou-se. Davam ao motor de arranque e o carro não trabalhava. Quando a Luz finalmente se afastou o carro voltou a trabalhar.


[1] In VALENTE, Marco (2013): A Luz da Caniceira – um conto popular alentejano. In Aldraba. Boletim n.º 13 da Aldraba – Associação do Espaço e Património Popular. (s/l). pp.16-20

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