Recolhemos e disponibilizamos a
partir de hoje também, uma série de testemunhos de pessoas entre os 50 e os
70/80 anos de idade mas que tomaram parte em escavações arqueológicas no
passado.
Para que Honra seja feita a estes
trabalhadores que na altura eram meninos, mas nos quais estas experiências
mostraram produzir efeitos para o resto das suas vidas, sendo até aos nossos
dias recordadas com orgulho em alguns casos, nostalgia noutros, mas sempre com
respeito, admiração e gosto em falar de tais assuntos.
Ficam nestes singelos registos a
nossa homenagem a esses Homens e Mulheres anónimos (e em muitos casos meninos)
que contribuíram com o seu labor ao longo dos tempos em prol da Arqueologia
Portuguesa.
Sem mais delongas apresentamos seguidamente
o pequeno excerto fílmico e respectiva legenda, para que todos os públicos
possam tomar contacto com tais testemunhos.
Entrevistador: “Isto
é uma coisa muito rápida[1],
é só dizer o seu nome, como é que
soube aqui das escavações e… o que é que achou… da experiência?
Sr. Paulo Duarte: “Eu não tenho a certeza bem da data disso… se
o senhor está dizer que foi em 79… mas eu não tenho.
Portanto, isso foi a seguir ao 25 de Abril e então começaram a…. Fez-se
lá o Centro Cultural… em S. Matias e arranjavam coisas para os jovens,
vá. A gente ajudou também lá nos trabalhos de… de construção do
Centro Cultural. E a depois apareceu lá um rapaz que não era dali
mesmo de S. Matias mas namorava com uma rapariga de lá e era
muito interessado com essas coisas. E depois o pessoal vá, quando
começou também ninguém ligava porque não tinha conhecimento do
que se calhar do… do que era… as coisas. E depois aquilo havia muito…
vá… rapazes novos né, outros mais velhos, já com, com mais idade e
começamosse a interessar por aquilo. Aquilo começou a dar
entusiasmo ao começar a fazer as escavações e a encontrar alguma
coisa. E depois atínhamos um grupo grande, pronto, vínhamos todos
os Sábados…
era, acho que era ao Sábado. Vínhamos sempre para aqui [Anta do Zambujal] escavar até que se encontrou
ah… vá… tá lá, tá lá ainda uns sacos cheios de coisas ainda há lá muito…
Entrevistador: “Que
idade é que tinha na altura? 13 anos?”
Sr. Paulo Duarte: “Atão…
eu nasci em 66, se foi em 79, tinha 13 anos p’raí… eu já não me
lembro bem, mas deve ser, nessa altura.”
Entrevistador: “Muitíssimo
Obrigado pelo testemunho.”
Sr. Paulo Duarte: “De
nada.”
Entrevista efectuada a 27/05/2016, algures na freguesia de S. Matias, próximo ao Monte do Azinhal.
Ficheiro editado com o programa MovieMaker, em formato suportado pelo YouTube.
Entrevistado: Sr. Paulo Jorge Inácio Duarte, 50 anos.
[1]
Contexto de formação em frente de obra, com pressão (no bom sentido) do “chefe
de equipa”, para agilizar a entrevista em si e o trabalhador em questão retomar
as suas funções o quanto antes.
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