Alguns já registamos e passamos ao
prelo. Outros serão aqui seguidamente transcritos mais em bruto, seguindo-se,
quiçá, interpretações mais reflectidas futuramente acerca de um maior número de
casos/relatos.
“Os medos ancestrais,
quer sejam do escuro, trovoadas, do além-túmulo ou do desconhecido, parecem ser
inerentes à condição humana. Algum(uns) conto(s) popular(es), ligado(s) a
fenómenos de luzes ou globos de luz, que ainda pervive(m) nos nossos dias
parece(m) comprová-lo.
Desde a mais remota
antiguidade que estas espécies de prodígios da mãe natureza são assinaladas.
Não nos esqueçamos que, por exemplo, em época romana, cometas e estrelas
poderiam augurar bons ou maus eventos que sucederiam algum tempo depois do seu
registo. (…) Aliás, várias têm sido as tentativas de explicação para certo tipo
de fenómenos imbuídos no folclore local, relacionáveis com outros de âmbitos
regional, nacional e mesmo transfronteiriço em vários espaços geográficos no
nosso planeta (…)”[1].
Em épocas medievais tais avistamentos
destes fenómenos eram também relacionáveis com as presenças de figuras divinas
ou demoníacas. Não raras vezes associavam-se estes avistamentos à observação de
figuras altas, vestidas de branco e luminosas – que nos nossos dias e desde o «boom»
do fenómeno o.v.n.i. são associados a manifestações de Et’s e que em épocas mais recuadas do passado histórico eram
associadas a manifestações angelicais de enviados/mensageiros de uma qualquer
divina entidade extraterrena.
Mas, sem mais considerandos, aqui
fica o registo.
Relato de informante que optou
pelo anonimato:
Há cerca de 40 anos atrás, na estrada entre Pias e
Moura, de noite, algumas pessoas iam de carro de Pias para Moura e viram uma
luz de tamanho indeterminado, que se tornava maior à medida que se aproximava
do veículo em que seguiam. Quando chegou perto do dito, este, imobilizou-se.
Davam ao motor de arranque e o carro não trabalhava. Quando a Luz finalmente se
afastou o carro voltou a trabalhar.
[1] In
VALENTE, Marco (2013): A Luz da Caniceira – um conto popular alentejano. In
Aldraba. Boletim n.º 13 da Aldraba – Associação do Espaço e Património Popular.
(s/l). pp.16-20
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