domingo, 2 de agosto de 2015

Etnografia (IV) Moinhos (II) Arte Rupestre (IV)

Armazém de Cereais / Casa das Bestas do Pé de Boi

No fundo da Ribeira da Azilheira, em local que nos foi de todo impossível prospectar, de acordo com palavras dos nossos informantes, existiriam ainda nos nossos dias [2008] visíveis, as ruínas de um moinho de água “muito antigo”. Tinha a designação de “Moinho da Caganita” e nas proximidades ainda estaria localizada uma mó do dito.
De acordo com as palavras de alguns pastores, moradores nas redondezas, teria aparecido nesta Ribeira da Azilheira, há alguns anos atrás, uma pedra “com letras romanas ou gregas” e alguns desenhos. Terá porventura sido levada por alguém, ou a vegetação a terá coberto e protegido de olhares alheios a estas coisas do Património pelo Património em si.
Numa das edificações que podemos observar no Pé de Boi, que se encontra nos nossos dias em ruínas e que teria sido armazém de cereais numa das dependências e casa das bestas de carga[1] numa outra, verificamos que o lintel de uma das entradas tinha umas letras e uma data gravadas, enquadradas no interior de uma espécie de dupla taça.
Inscrição Armazém do Pé de Boi
Executada em 1932 por António Francisco Guerreiro (A.G.), pessoa que sempre trabalhou no campo, analfabeto, mas com dotes artísticos.
Aqui fica a nossa pequena homenagem, registando para a posteridade a marca que deixou inscrita na pedra.

Lintel com Inscrição  Armazém do Pé de Boi



[1] Bestas estas que traziam os sacos de cereais já moídos dos moinhos em redor, nomeadamente do Moinho da Caganita.

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