domingo, 14 de dezembro de 2014

Amores Platónicos (IV)

Alma Gémea

Não disfarço ocultas intenções
Que em meu corpo nascem germinadas
Sem acomodar tais ilusões
Que rompem ao alvor das madrugadas

Pois cantando o encanto de teu corpo
Tua mente de sonho e ávidas quimeras
Tu me inebrias e infliges um sopro
Uma lufada de cândidas primaveras

Vivo ligado numa teia de ternura
Pois tu me dás carícias e poesia
E algo mais prezo para além da formosura
A divina luz que de tua alma irradia

Como vencido e rendido a teus encantos
A meu lado partilhaste a minha vida
Foste bálsamo para todos os meus prantos
Eterna companheira prometida

Seiva divina em terra conspurcada
Libertaste-me de minha escravidão
De uma vida incerta, morta, inanimada
Transformando o ódio em perdão.

Marco Valente (El Mariachi, Vila Nova de Gaia, 19/02/2001)

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