Ratos de porão
Era uma vez um poderoso navio
Cheio de marinheiros fortes e experientes
Que guiados por um poderoso sábio
Foram em busca de terras distantes
Era bonito de ver tão forte gente
Enfrentando perigos e novos inimigos
Sempre sem medo de seguir em frente
E em cada porto fazendo 100 amigos
Nos seus corações o Amor era guia
E seu espírito indomável não esmorecia
Até que porém num belo dia
Algo acontece cessando a alegria
O sábio morreu, morreu o Amor
Nos seus corações entrou agora a dor
E daqueles lábios outrora contentes
Ouvem-se agora gritos estridentes
Por artes desconhecidas mágicas talvez
Esse barco é agora um navio maldito
Destruindo outros barcos uma após outra vez
Com força apocalíptica destrói o infinito
Pois se morre o Amor, esse sábio forte
Bravos marinheiros mudam sua sorte
E num mar social coberto de destruição
Passariam a ser meros ratos de porão
Como todas as histórias que são bem contadas
Esta nos dá também sua lição
É que vidas sem Amor são meros nadas
Libertemo-nos então da escravidão
Pois amar e ser amado é a solução
Marco Valente (El Mariachi, Vila Nova de Gaia, 10/02/2001)
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